“Focus on Africa 2021”: em destaque, a África, seu potencial inesgotável e as relações com o Brasil
Da Redação
Brasília – Apresentar a África como oportunidade de negócios. Este será um dos objetivos principais da quarta edição do fórum “Focus on Africa”, a ser realizado entre os dias 21 e 23 de setembro em formato virtual. O evento se consolida como a principal iniciativa realizada no país com o objetivo de promover um amplo diálogo sobre o momento atual África, suas perspectivas futuras e as relações com o Brasil. Durante três dias, o fórum terá uma programação abrangente com visões e análises de renomadas especialistas com o foco em três pilares principais: pessoas, o progresso e o potencial.
Em entrevista exclusiva ao portal Comexdobrasil.com, Natália Dias(foto), CEO do Standard Bank Brazil, afirmou que “o Fórum procurará mostrar uma África que vai além do mito e do preconceito pois as visões que temos no Brasil da África são muito estereotipadas. De um lado, temos o mito da África como o berço da humanidade, com uma tradição cultural muito grande e uma herança que nos une e que é o povo africano que veio para o Brasil e tudo isso é verdade, mas não é só isso. E, por outro lado, temos outras visões que enfatizam mais o preconceito de uma África onde só tem violência, fome, dependência de ajuda humanitária. O Fórum procurará apresentar uma África que vai além desses dois conceitos, e vamos mostrar, entre outros aspectos, uma África como grande oportunidade de negócios. A ideia é colocar a África dentro de um contexto mais moderno e atualizado”.
Em sua quarta edição, o “Focus on Africa” tratará não apenas dos temas majoritariamente africanos, como aconteceu nos eventos anteriores e terá um olhar especial sobre questões relevantes para o mundo e não necessariamente apenas para a África. Terá também um olhar mais aprofundado sobre o setor privado e sua atuação no continente africano.
Em 2010, o Standard Bank elaborou uma série de relatórios destacando as principais macrotendências que iriam impactar o desenvolvimento do continente no longo prazo: crescimento econômico, demografia, tecnologia, inclusão financeira, entre outras. Essas previsões foram revisitadas com o objetivo de mostrar quais delas continuam relevantes, especialmente em um cenário de mudança geopolítica gerada pela pandemia de Covid-19.
Nesse novo contexto, o Fórum abordará temas como a dependência de matéria-prima da China e questões ligadas à Agenda Africana, como a industrialização do continente, o aumento do comércio intra-africano, a transição energética, os investimentos em infraestrutura, energia renovável e tecnologia, entre outros, para acelerar o processo de desenvolvimento africano.
Ao falar sobre a organização do evento, Natália Dias afirma que “em termos de estrutura, a gente continua sempre fazendo uma mistura de trazer representantes de governos e do setor privado, mas a principal mudança deste ano é uma mão mais forte no setor privado. São empresas que há muito tempo já estão fazendo negócios no continente e elas vão nos mostrar quais são as lições aprendidas, os desafios enfrentados e como desenvolver uma estratégia bem sucedida no continente africano. Nesse sentido, teremos a participação de empresas como a Embraer, a InBev, braço internacional da Ambev e que tem investimentos internacionais na África, o Grupo M Dias Branco, a Kepler Weber, e outros empreendimentos que não estão tão associados com a África para mostrar porque eles decidiram investir lá e como desenvolver estratégias bem sucedidas no continente africano”.
Programação do “Focus on Africa 2021”
A edição de 2021 será aberta na próxima terça-feira (21) às 8:00, por Natália Dias, CEO, Standard Bank Brazil. O discurso de abertura estará a cargo de Kenny Fihla(foto), Presidente do Segmento de Atacado do Standard Bank.
Na sequência haverá o Debate Estratégico “Atendendo às necessidades de financiamento do continente: como o New Development Bank pode incentivar investimentos em projetos na África pós-pandemia”, a cargo de Marcos Troyjo(foto abaixo), Presidente do New Development Bank.
“Por que África, por que agora? As principais tendências moldando o desenvolvimento do continente” é o tema de outra conferência, que terá como palestrantes Goolam Ballim, Economista-Chefe, Equipe de Análise Econômica do Standard Bank; Simon Freemantle, Economista Sênior, Unidade de Economia Política Africana do Standard Bank; e Jibran Quierishi, Economista-Chefe e Regiões Africanas do Stanbic Bank.
O primeiro dia do “Focus on Africa 2021” terá ainda duas conferências. Na primeira delas será abordado o tema “Acordo de Livre Comércio Africano (AfCFTA) – Como o Brasil pode participar no próximo vetor de crescimento da África?”, com nota de abertura a cargo de Wamkele Keabetswe Mene – Secretário Geral do AfCFTA), que deverá falar pela primeira vez para o público brasileiro, moderação de Goolam Ballim – Economista-Chefe, Equipe de Análise Econômica do Standard Bank e participação de Igor Isquierdo Celeste – Head de Inteligência de Mercados, Apex-Brasil; Sérgio Valle -Economista-Chefe MB Associados; e Mathias Alencastro -Pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento.
A segunda palestra tratará da temática “Aproveitando o poder transformador de finanças sustentáveis para criar crescimento na África”, com moderação de Fábio Alperowitch -Gestor, Fama Investimentos, e participação de Greg Fyle -Head, Energia e Infraestrutura do Standard Bank Group; Leslie Maasdorp -Vice-Presidente e CFO, New Development Bank; Mauro Mattoso – Chefe do Departamento do Complexo Agroalimentar e Biocombustíveis do BNDES.
A programação completa do “Focus on Africa 2021” poderá ser acessada pelo link https://cvent.me/PW7mNm
Agronegócio, um dos destaques
O agronegócio será um dos destaques na programação do evento. Na opinião de Natália Dias, “é impossível falar sobre Brasil e África sem falar no agronegócio”. O tema será objeto da Sessão Estratégica “A transformação do Brasil em uma potência agrícola e ângulos de cooperação com a África”, que terá como palestrantes Marcos Jank, Coordenador do “Agro Insper” e Renato Rasmussen, Diretor de Inteligência de Mercado da StoneX Brasil.
Segundo a CEO do Standard Bank Brazil, “ Marcos Jank preparou um material exclusivo para o Fórum e vai divulgar dados de um trabalho mais específico sobre o futuro do agronegócio do Brasil no mundo, com um capítulo só de África”.
Na sequência será realizada a palestra “O agronegócio como próximo motor de crescimento da África? Quais os benefícios para o Brasil?”, que terá a moderação de Marcos Jank e a participação de Flávio Bettarello (Secretário Adjunto de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Maximo Torero – Economista-Chefe da FAO; Katie Hoard – Diretora Global de Sustentabilidade e ESG da InBev; e João Tadeu Franco Vinho -Superintendente Comercial e de Marketing da Kepler Weber.
Segundo Natália Dias, “este ano o “Focus On Africa” será muito centrado em geopolítica, ESG, transição energética e tecnologia. No último dia do evento vamos focar muito em mostrar o potencial da África. Para a África crescer ela precisa, assim como o Brasil, vencer o gap de infraestrutura. Qual é o futuro da infraestrutura no continente africano? Como a África vai fazer a transição energética para energias mais limpas? Vamos falar muito de energia descentralizada, solar, eólica, etc. E teremos um painel muito interessante mostrando como o barateamento do acesso à tecnologia pode permitir que a África acelere o seu desenvolvimento”.
A África sob uma ótica otimista
Natália Dias tem uma visão sempre otimista em suas abordagens sobre o momento atual e em especial sobre o futuro do continente africano. Ela destaca que “o que está na base da nossa visão que permanece otimista para a África? O que está acontecendo lá? É o crescimento populacional, pois 50% de todo o crescimento populacional até 2050 vão vir do continente africano. Em 2050, 25% de toda a população mundial vai estar morando na África, a gente continua tendo essa forte migração para as cidades criando grandes centros de consumo”,
O crescimento populacional e o movimento vigoroso de migração para as cidades são indutores de transformações e de crescimento, conforme reforça a executiva: “você tem investimentos no setor de recursos naturais, de infraestrutura e no próprio setor de commodity que tem levado a um crescimento do PIB e não podemos nos esquecer de que a África é a região do mundo que mais cresce depois da Ásia. Nos últimos 20 anos a África acresceu próximo de 4% ao ano, o que é significativamente maior que a média global e só perde de fato para a Ásia e dentro dos vários países africanos você tem alguns que despontam , como por exemplo a Etiópia que é um dos países que mais tem investimento público no mundo. Eles adotam um modelo muito parecido com o chinês de investimento público viabilizando o crescimento econômico e então eles crescem a mais de 10% nos últimos dez anos. Então, você tem esse dinamismo econômico que está se traduzindo de alguma forma em mais poder de compra para a população. Temos visto um crescimento de renda per capita, porque o crescimento do consumo das famílias está crescendo numa taxa maior que o crescimento populacional e com isso está gerando riqueza para a população”.
A CEO do Standard Bank Brazil destaca mudanças tecnológicas relevantes como fundamentais para a sua confiança no futuro do desenvolvimento do continente africano: “no caso da energia, por exemplo, aqui no Brasil a gente não pode ir para um modelo de energia descentralizada e a África está indo porque tem um barateamento da tecnologia, principalmente da solar, que é uma grande base de como eles vão aumentar a taxa de eletrificação no continente. Também tem o acesso ao telefone celular, que está gerando uma inclusão financeira, tem um grande número de pessoas abrindo contas correntes em bancos ou fazendo a inclusão financeira via fintechs. O ambiente de fintechs de África é um dos mais dinâmicos que existe no mundo.Saiu recentemente um ranking de fintechs que mostra que a África está entre as regiões que mais tem fintechs. É o Fintech Ranking Report, que listou treze países da África entre 83 nações que têm ecossistemas de fintechs”.
A África e a Covid-19
O monitoramento do avanço da pandemia de Covid-19 foi objeto de atenção constante do Standard Bank e de sua CEO no Brasil e, com grande alivio, ela destaca que “felizmente, as previsões mais pessimistas sobre a pandemia na África não se concretizaram e há várias hipóteses em relação a esse assunto. Uma diz que a população é bastante jovem. Outra é que os países já estão acostumados a lidar com epidemias, como por exemplo o ebola e teve ali uma resposta de gerenciamento de crise que talvez funcionou e no caso, por exemplo, da África do Sul, que impôs um lockdown bastante severo e isso ajudou a controlar a pandemia. As medidas foram tomadas de forma muito mais assertiva e rapidamente em comparação com o Brasil, então há uma série de fatores que acho ajudaram nesse panorama mais benéfico de África com relação à pandemia”.
Natália Dias sublinha que a posição do Standard Bank é de que pandemia afetou efetivamente as economias africanas, “com decrescimento do PIB como a gente viu no ano passado, alta da inflação, uma certa dose de deterioração fiscal, a exemplo do que aconteceu no Brasil”. Ainda assim, frisa que “na África os efeitos da pandemia foram um pouco mais contidos dado o impacto menor que a pandemia teve lá, e por isso acreditamos que os fundamentos de longo prazo da África não mudaram”.
Nesse contexto, ela afirma que “a pandemia acabou acelerando alguns movimentos que a gente já vinha vendo antes, como a inclusão digital e financeira, a revisão da África em termos de como o continente pode se incluir nas cadeias produtivas globais. Quando você quiser reduzir a dependência da China, o lugar para onde você pode direcionar indústrias, onde você tem mão de obra abundante e barata é na África e a África esta deliberadamente seguindo passos para conseguir se incluir nessas cadeias globais e um dos objetivos do African Free Trade Agreement é isso, você permitir através do escoamento da produção melhorar o trânsito de mercadorias porque isso vai permitir que a África entre nessas cadeias produtivas globais”
A pandemia pode abrir uma nova e promissora vertente comercial e de cooperação entre o Brasil e a África, conforme avalia Natália Dias: “acredito que aí se abre uma grande oportunidade para o Brasil O Brasil está, obviamente, lidando agora com as questões de poder atender a sua população, mas a gente está vendo, a própria evolução da Fiocruz avança para produzir todo o IFA aqui no Brasil e isso pode ser tanto um vetor de cooperação técnica do Brasil exportar tecnologia quanto passar a exportar as vacinas ou produzí-las na África. Acho que essa é uma das provocações que vamos fazer para o governo brasileiro no evento. Como estão vendo essa parceria com a África na questão das vacinas. Ao meu ver é uma oportunidade de negócios para o Brasil”.
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