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terça-feira, 6 de março de 2018

Acordo com o Mercosul faz parte da estratégia do Canadá contra protecionismo de Donald Trump













Brasília – A negociação de um acordo com o Mercosul faz parte da estratégia adotada pelo governo canadense em resposta à mensagem protecionista adotada pelo governo do presidente Donald Trump e especialmente com a sua retirada do TPP. E certamente o Brasil é um parceiro de envergadura considerável para fazer parte dessa estratégia. A opinião é de André Cruz, Gerente de Acordos Comerciais na Thomson Reuters.
Para ele,  “ao Canadá caberá costurar parcerias com diversos outros países do mundo. Não apenas para reduzir a sua dependência dos Estados Unidos, mas também para transmitir ao mundo a mensagem de que o caminho está na adoção, cada vez maior, de medidas mais liberalizantes”
Em sua análise sobre o  lançamento das negociações entre o Mercosul e o Canadá, André Cruz destaca que, exceto pelo andamento das negociações com a União Europeia, pela primeira vez em dezessete anos, e na condição de membro pleno do Mercosul, o Brasil volta a se sentar à mesa para negociar com um player de destaque no comércio internacional. Enquanto isso, nas últimas duas décadas, o Canadá firmou uma série de acordos com diversos países: Guiana (2001), Suriname (2004), Cuba (2007), Índia (2009), Palestina (2010) e Venezuela (2014).
Porto de Halifax
Na opinião de André Cruz, “evidentemente que o Canadá possui um grande peso geopolítico nas suas relações com o mundo e trata-se de um país considerado pioneiro e altamente ativo na busca por novos acordos preferenciais de comércio. Os acordos comerciais firmados pelo Canadá são extremamente ambiciosos em seus objetivos e substancialmente abrangentes em seu escopo”.
Para o analista, “o Canadá é um país aberto para o livre comércio. A prova disso é que, além do NAFTA tem acordos preferenciais com diversos países do mundo, além daqueles acima citados. Na América Latina, tem tratados com Chile, Colômbia, Peru, Costa Rica, Honduras e Panamá. Há também o recente acordo feito com a União Europeia, com o EFTA, além de tratados com Israel, Jordânia e Coreia do Sul, sem falar do TPP”.
Ainda de acordo com André Cruz, “trata-se de um país cuja estratégia comercial tem se focado consistentemente em aumentar o seu escopo de negociações. Tanto no NAFTA quanto no acordo com a Colômbika, os seus escopos cobrem 23 capítulos do Sistema Harmonizado. O TPP e o recente acordo comercial assinado com a União Europeia já cobrem 30 capítulos”.
Foto do Vieux-Port/Montreal
A negociação de um acordo como esse com o Mercosul faz parte da estratégia adotada pelo governo canadense em resposta à mensagem protecionista adotada pelo governo do presidente Donald Trump e especialmente com a sua retirada do TPP. Segundo André Cruz, “ao Canadá caberá costurar parcerias com diversos outros países do mundo. Não apenas para reduzir a sua dependência dos Estados Unidos, mas também para transmitir ao mundo a mensagem de que o caminho está na adoção, cada vez maior, de medidas mais liberalizantes. E certamente que o Brasil é um parceiro de envergadura considerável para fazer parte dessa estratégia”.
Além disso, é importante lembrar que as exportações canadenses são bastante concentradas e muito dependentes das commodities e, por isso, ressalta André Cruz, “eles buscam, com todo esse processo de assinaturas de novos acordos comerciais, uma diversificação do seu comércio exterior, tanto no aspecto setorial quanto geográfico. No entanto, os esforços em relação à expansão geográfica ainda não produziram os efeitos esperados pelo Canadá. Isso é atestado pela sua significativa relação de interdependência com os Estados Unidos. Em 2017, 76% das exportações canadenses tiveram o país vizinho como destino, enquanto 52% das suas importações foram oriundas daquele país”.

https://www.comexdobrasil.com/acordo-com-o-mercosul-faz-parte-da-estrategia-do-canada-contra-protecionismo-de-donald-trump/

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