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segunda-feira, 6 de novembro de 2017
Mapa afirma que o Brasil tem atendido solicitações que facilitam o Acordo Mercosul e UE
01 de novembro de 2017
O Brasil tem atendido demandas dos europeus que facilitam a criação do acordo entre o Mercosul e a União Europeia, disse nesta terça-feira (31), o ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) a parlamentares que recebeu em reunião, representando os dois blocos econômicos. “Da nossa parte, temos todo o interesse de que o acordo ande e seja bom para os dois lados”, disse o ministro, que solicitou aos europeus o atendimento de reivindicações apresentadas pelo Brasil.
O ministro lembrou que, após a visita que fez ao parlamento da UE, em janeiro deste ano, muitas reivindicações foram contempladas pelo governo brasileiro. Por exemplo, a liberação para a entrada de carne de coelho da Espanha, peras da Bélgica, produtos lácteos e carne suína dos Países Baixos e pescados de Portugal.
Apesar de ainda haver impasses e pendências, os representantes europeus asseguraram que a maioria dos deputados tem interesse em fechar acordo com o Mercosul. Uma das discussões em curso está relacionada à aprovação de indicações geográficas em produtos similares produzidos na América do Sul e Europa e que se encontram em consulta pública.
Os deputados europeus pediram ao ministro Blairo Maggi informações sobre questões fitossanitárias e receberam a garantia de que os produtos brasileiros têm qualidade e que o sistema de fiscalização brasileiro é robusto. Maggi lembrou que na operação Carne Fraca houve falha de comunicação e, por isso, produtos brasileiros geraram questionamentos, mas acredita que isso esteja superado. “Houve comunicação errada”, explicou o ministro, acrescentando que “distorções trouxeram problemas. Mas, muito rapidamente, houve a compreensão de que havia exageros na divulgação”.
Maggi observou que após o episódio da Carne Fraca, países compradores passaram fiscalizar 100% dos containers de carnes exportados e que não foram encontradas inconformidades nos produtos.
Os parlamentares europeus impressionaram-se com números apresentados pelo ministro Blairo Maggi em relação à questão ambiental. De acordo com dados da Embrapa Monitoramento por Satélite, a partir do Cadastro Ambiental Rural (CAR), atualizados em 2017, e confrontados com outras fontes disponíveis, 66,3% do território nacional está coberto de vegetação nativa.
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Mapa
Número de empresas do Brasil exportando pela 1ª vez mais que dobra em 2016
Maioria das companhias que estrearam no mercado externo
realizaram remessas de até US$ 1 milhão, aponta estudo.
Por Karina Trevizan *, G1
om o consumo em baixa no Brasil, o número de empresas locais de olho no mercado externo aumentou durante a crise. Em 2016, a quantidade de companhias que exportaram produtos pela primeira vez mais que dobrou, e atingiu o maior valor já registrado.
No ano passado, 4.843 empresas brasileiras venderam produtos para outros países pela primeira vez – um aumento de 149% em relação a 2015. Antes, o aumento do número total de empresas exportadoras brasileiras havia sido de 7,3% - de 10.289 em 2015 para 11.048 em 2016. Os dados fazem parte de um levantamento feito pela Investe São Paulo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), divulgado ao G1.
Cresce o número de empresas do Brasil que exportaram pela primeira vez (Foto: G1 )
A pesquisa também mostra que aumentou a proporção de empresas estreantes entre o total de exportadoras. Em 2016, 43% de todas as exportadoras brasileiras fizeram esse tipo de operação pela primeira vez, contra 18% do ano anterior.
Sérgio Costa, diretor de novos negócios da Investe São Paulo, aponta que, além do consumo mais fraco no Brasil, a desvalorização do real nos últimos anos em relação dólar também despertou o interesse das empresas pelo mercado externo. “A desvalorização cambial abriu uma janela de possibilidades, porque tornou o produto brasileiro mais competitivo lá fora do ponto de vista do preço.”
Adriana Rodrigues, da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), aponta que o aumento da quantidade de empresas interessadas em ingressar no mercado interno foi muito perceptível em 2016.
Ela é coordenadora do Programa de Qualificação para Exportação (Peiex) da Apex, que atende, em média, 3 mil empresas por ano prestando consultoria a quem deseja exportar. Somente em 2016, 2.145 das empresas atendidas estavam à procura de orientação para exportar pela primeira vez.
“Provavelmente o resultado disso vai ser visto agora em 2017, porque o processo de exportação leva um tempo não só na preparação da empresa, mas também na negociação. A gente teve em 2016 um crescimento no interesse. Em 2017, vamos ter um número expressivo de novas empresas exportando”, prevê Adriana.
Empresários se cumprimentam em rodada de negócios de exportação em São Paulo (Foto: Divulgação / Investe São Paulo)
O perfil das estreantes
Segundo o levantamento da Investe São Paulo, quase todas as empresas que estrearam no mercado externo em 2016 realizaram remessas de até US$ 1 milhão. Apenas 6% dos exportadores iniciantes, aproximadamente, fizeram operações acima desse valor.
A pesquisa também aponta que São Paulo liderou o avanço. Das 4.843 empresas que exportaram pela primeira vez, 2.010 são paulistas – ou 41%.
Uma das empresas paulistas que entraram no mercado externo em 2016 foi a NSF, que é de São Carlos, tem 450 funcionários e fabrica prateleiras para supermercados. No ano passado, a empresa fez uma venda no valor de US$ 170 mil para o Paraguai, sua primeira remessa internacional.
A empresa não informou quanto isso representa em seu faturamento total do ano. De qualquer forma, Walcenir Queiroz, gerente de vendas da empresa, diz que não seria correto dizer que esse valor “salvou” a companhia do desaquecimento do mercado interno brasileiro em meio à crise, mas “mostrou que existem outros caminhos”. “O resultado foi muito positivo, uma demonstração de que temos capacidade, produto de qualidade para atender o mercado externo, principalmente na América Latina.”
“Quando o mercado brasileiro estava com uma demanda muito boa, há cerca de 12 anos, nós não tínhamos como atender aos dois segmentos”, diz Queiroz, referindo-se aos mercados interno e externo. A partir de 2014, quando o consumo no Brasil passou a dar sinais de recuo, “a empresa começou a perceber que dava para atender o mercado externo”, conta o gerente de vendas.
Após a primeira remessa para o Paraguai em 2016, a NSF tentou ainda exportar para a Colômbia, mas perdeu a concorrência para uma empresa alemã. Mesmo assim, a companhia segue com projetos para exportar para o país, com representante comercial local para buscar novos negócios por lá. A NSF também se prepara para negociar com empresas compradoras no Chile.
“Agora, falta realmente nos estruturarmos, arrumarmos pessoas que nos representem nesses países. Isso é um processo que demanda um pouco mais de tempo, e eventuais participações em feiras de negócios”, diz Queiroz.
Feiras e rodadas de negócios são opções para empresas que querem buscar compradores no mercado externo (Foto: Divulgação / Apex)
Há também empresas grandes na lista de empresas que exportaram pela primeira vez em 2016. Do setor automotivo, três fabricantes de automóveis instaladas no Brasil exportaram pela primeira vez no ano passado.
A Nissan, sediada em Resende (RJ) enviou 3.690 unidades dos modelos March e Versa para Chile, Costa Rica, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai. No início de fevereiro, a marca de origem japonesa anunciou o início das exportações também para a Argentina. De acordo com a fabricante as exportações representam cerca de 10% de toda a produção na unidade.
A Hyundai Motor Brasil, que tem fábrica em Piracicaba (SP), vendeu 1.212 unidades da família HB20 para o Paraguai e o Uruguai. Já a alemã BMW firmou acordo com os Estados Unidos para exportar 10 mil carros feitos em Araquari (SC) ao país. Até o final de 2016, foram enviados 3,7 mil veículos do modelo X1.
Primeiros passos
Em visita técnica, mulher pesquisa preços na Colômbia para avaliar oportunidades de negócios (Foto: Divulgação / Investe São Paulo)
Adriana Rodrigues e Sergio Costa apontam que entre as principais dificuldades para as empresas que querem começar a exportar, especialmente entre as pequenas e médias, está o acesso à informação. “O maior impasse é o desconhecimento sobre os processos que é preciso preparar dentro da empresa com vista a torná-la apta para a exportação", diz Costa.
“O segundo ponto é a disposição para preparar e adaptar o produto a outros mercados", acrescenta Adriana. "E isso inclui, muitas vezes, mudar a produção, o modelo de negócios.” Costa complementa apontando que as empresas precisam ter em mente as normas técnicas e sanitárias dos países para os quais se pretende vender os produtos.
Para auxiliar nessas etapas, muitas companhias acabam contratando um profissional como “trader” ou empresa consultora para a exportação. A NSF foi assessorada pela Investe São Paulo e participou do Peiex até conseguir a primeira venda externa em 2016. “De 2014 a 2015, estávamos vislumbrando uma forma de atender o mercado externo, mas nós não tínhamos um caminho”, diz Walcenir Queiroz.
Outra empresa especializada em viabilizar exportações de produtos de outras companhias é a MaxxiBrands, que em 2016 trabalhou nas transações de 3 que exportaram seus produtos pela primeira vez. “Em outubro, a MaxxiBrands fez sua primeira exportação direta, para Angola. Desde então, já embarcamos calçados para esse país, além de roupas de praia e fitness para a Bolívia, sacos plásticos de mudas de plantas para Cuba e estamos fechando novos negócios no setor de alimentos na Colômbia”, conta o empresário Luiz Magno.
Magno aponta que “a maioria das indústrias só está procurando exportar depois que a crise bateu, tentando compensar a queda do mercado interno”, mas defende que “o ideal é que as exportações já façam parte do plano de negócios”. Sergio Costa também defende a importância estratégica das exportações, e não apenas “emergencial”. “Nos últimos anos, empresas brasileiras faziam exportação uma vez e abandonavam sua presença no mercado internacional. O concorrente pega aquela fatia, e depois é muito difícil recuperá-la.”